bom dia amores!
de vez em quando visitem o Quiosque da Abelha, pois podem encontrar lá preciosidades como esta.
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bom dia amores!
de vez em quando visitem o Quiosque da Abelha, pois podem encontrar lá preciosidades como esta.
entrar na água, sentir os pés submersos, a areia molhada, caminhar, lentamente, mar adentro, sentir a água a rodear o corpo, suavemente, num estado líquido, o ondular da corrente, as mãos abrem caminho. quando o corpo mergulha, adapta-se. à temperatura. diluir na água.
sair da água, sentir o tronco emerso, a areia húmida, seca, caminhar, lentamente, despir as ondas, terra adentro, sentir o ar a rodear o corpo, suavemente, num estado rarefeito, o sussurrar do vento, os pés abrem caminho, quando o corpo emerge, adapta-se. à luz. diluir no ar.
ele nasceu com um mapa nas mãos. sabia-o. tinha esquecido como o ler. desde criança que passava horas absorto. a tentar decifrá-lo. como quem tenta resolver um quebra-cabeça. nuns dias via encruzilhadas. noutros horizontes. nuns dias reconhecia momentos. noutros pessoas. nuns dias sentia-se no bom caminho. noutros sem rumo. e as mãos silenciosas. nuns dias surgia uma linha nova. noutros sumia uma mais antiga. nuns dias uma linha crescia. noutros uma decrescia. ele memorizava tudo. nunca se interessou por geografia. tinha muitas teorias. e as mãos silenciosas.
ela nasceu com um mapa no corpo. sabia-o. tinha esquecido como o usar. desde criança que o observava. constelações no tronco, nos braços, nas pernas. por todo o lado. como se tivesse o universo inscrito na pele. nuns dias via caminhos de regresso. noutros caminhos de partida. nuns dias reconhecia galáxias. noutros eclipses. nuns dias sentia-se protegida. noutros insegura. e o corpo silencioso. nuns dias surgia um pequeno ponto novo. noutros uma cordilheira. ela constatava as mudanças. nunca se interessou por astronomia. simplesmente observava. e o corpo silencioso.
um dia as mãos tocaram o corpo. e as linhas começaram a unir os pontos.
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