© busy as a bee on a rainy day

Photo by Tim Mossholder on Unsplash

começa hoje o mês mais amado por uns e mais criticado por outros. e todos têm razão! os argumentos são todos lógicos, se respeitarmos a perspectiva de cada um. o mês do meu aniversário e o do Natal deixavam-me sempre mais nas nuvens e eram épocas de exames e eu andava despassarada. eram a época do ano em que a família se reunia. mas algo morreu em mim no Natal passado. não sei bem o que me desencantou. agora que escrevo sobre o assunto acabei por perceber o que é. obrigada! ainda bem que tivemos esta conversa, meus amores.

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Photo by Саша Коптева on Pexels

apareceram na sessão fotográfica vestidos de branco e com roupinha de bebé branca. é menino ou menina? indagava a fotógrafa com os apetrechos inutilizados por aquele casal. eles sorriam e respondiam: não queremos saber, será amade incondicionalmente tenha o género que tiver. a fotógrafa sentiu-se perante uma tela em branco e sem aguarelas para a colorir. com um sorriso tímido disse que nunca lhe tinha acontecido. convidou os futuros pai e mãe a sentarem-se com ela na relva para meditarem. precisava imenso de escutar a sua sabedoria interior. estiveram os três quase vinte minutos a sentir qual era a sua sessão fotográfica ideal para si. tiveram um momento de partilha e a tela tornou-se uma obra-prima.

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Photo by Omar Luis on Pexels

depois do jogging tinham por hábito refrescar-se à sombra das palmeiras. os funcionários do hotel perceberam e deixavam-lhes fruta e àgua engarrafada, numa bonita mesa de praia e esteiras para alongarem o corpo. quando eles chegavam exaustos do calor matinal não havia viv'alma, mas os funcionários estavam à coca para terem a certeza que os macacos não iam roubar a fruta. o sol amanhecia e eles já com três horas de corrida em cima. corriam ao longo da costa, sentiam-se mais seguros. saudavam os surfistas. todos os dias, quando entravam no hotel iam assinalar cinco estrelas no quadro de avaliação do serviço com que eram acarinhados.

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Photo by ilya mondryk on Unsplash

yin e yang - as gémeas complementam-se. entraram este ano na Faculdade. fizeram batota algumas vezes no secundário, trocando de presença em alguns exames que a outra domina melhor. só elas e a avó é que sabem. na escola tinham de usar uniforme, o que tornava ainda mais difícil distingui-las. a avó é a confidente e, apesar de o reprovar, admira a mestria das netas em ultrapassar obstáculos. têm personalidades distintas e modos de vestir bastantes díspares. como praticam surf têm um amplo grupo de amigos comum, mas uns destacam-se mais para uma do que para a outra. têm o mar em comum. e a herança genética.

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Photo by Rachel Coyne on Unsplash

sou como o ar. existo em toda a parte. sou tido como garantido. e, no entanto, posso ser rarefeito. ou destruidor, apenas num sopro. sou suave como uma brisa. espalhafatoso como uma ventania. arrebatador como um ciclone. sou a semente de toda a bonança. e de todas as tempestades. a natureza reconhece-me como essencial à vida. mas eu sou instável e inseguro. sou como um tornado que passa e arrasa tudo. e volto quando tudo se reconstruiu. sou ausente. mas sou poderoso. sou a semente de toda a criação. e de todo o caos. sou o nada que é tudo. e tal como crio e desmorono vidas. desabo-me.

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