o Ministério do Rocambolesco - Capítulo XVII
o mi.nis.té.rio do ro.cam.bo.les.co
Alice alertou: "vamos para a cozinha, vai haver um apagão num raio de dez quilómetros." Sparrow explicou-lhe que de momento era impossível: "não temos acesso a nada até o restart da casa terminar. é uma verdadeira caixa forte, ninguém entra e ninguém sai. temos a luz da lareira e marshmallows." a princesa era uma expert em derreter os doces sem os queimar. Sir e Lady observaram atentamente e pouco a pouco todos os marshmallows saiam na perfeição. "quem é que fez o pingente que usaste?" perguntou o anfitrião. "o meu pai.." a voz de Alice embargou. por uns momentos houve silêncio. Sparrow abraçou-a, deixando-a chorar no seu ombro amigo. Sir sugeriu: "ele ensinou-te a fazê-lo?" e a princesa confirmou-o com um acenar de cabeça positivo. Lady, assustada, exclamou:" segura-a Beaver!" Alice tinha desmaiado, o detective pegou nela ao colo enquanto Sparrow abria um dos cadeirões de modo a ser cama. deitaram-na e, nesse instante, a luz voltou. "vai buscar a minha mala, por favor" pediu Sir enquanto tentava reanimar a princesa. Lady correu escada a baixo e, num ápice, estava de volta. Beaver auscultou a jovem e disse "está a ter um enfarte! temos de a levar imediatamente para o hospital!" e Alice entrou directa para o bloco operatório. "mais meia-hora e o coração tinha parado" informou o médico, lívido. "voltaste a exercer medicina?" perguntou a Beaver. Sir abanou a cabeça negativamente. "ela vive connosco" explicou Sparrow. "ela tinha um estilhaço da explosão que navegou até ao coração, requer vigilância" explicou o colega. "ainda têm a enfermaria em casa?" indagou o cirurgião. Sir e Lady confirmaram. "podemos levá-la na nossa ambulância" - "perfeito!" exclamou o médico. "é mais seguro, ela está a respirar sem máquinas." sorrateiros, com aquele cumplíce, levaram a princesa para casa. quando se despediam do colega ele disse "vou lá uma vez por dia" - "obrigados! é perfeito!" retorquiram os amigos. no dia seguinte, Sir madrugou e foi para a clínica. Sparrow tinha dormido numa cama ao lado da amiga. "como foi a noite?" Lady respondeu: "gemeu um pouco mas está a dar luta." Alice acordou, estava muito fraca, explicaram-lhe tudo o que tinha acontecido e Beaver acrescentou: "preciso que continues em jejum até ter a certeza que não há mais estilhaços." Richard criara um programa de inteligência artificial para conseguirem fazer tomografias computorizadas sem equipamento físico. Sir ligou o computador, colocou a cama num espaço próprio, assinalado no chão, disse à jovem para não se mexer e começou o exame. a IA confirmou que o corpo estava na posição correcta e criou um túnel virtual dos pés à cabeça. Alice tinha um pequeno estilhaço no pescoço e outro no estômago. findo o exame Beaver retirou o pedaço no pescoço, que estava quase à superfície. e com o apoio da IA e de Lady, com uma cirurgia não invasiva retirou o estilhaço que estava na parede do estômago. repetiu a tomografia minuciosamente. suspirou de alívio, estava tudo ok. a princesa tinha adormecido. tinham optado por uma sedação controlada em vez de uma anestesia geral. quando acordou, esperava-a um pequeno-almoço real: ovos mexidos com espargos, panquecas, torradas de pão caseiro, sumo de laranjas acabadas de espremer. Alice comia como um passarinho, sabiam que ia sobrar comida.
texto no âmbito do desafio o Ministério do Rocambolesco
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