noite de Natal
era uma vez uma vela aromatizada com fragrâncias de baunilha e jasmim. as mãos de uma menina escolheram-na e, passados uns trambolhões dentro de um saco de supermercado, viu-se no centro de uma mesa entre sofás. era larga. tinha quatro pavios. houve um dia em que acenderam um dos pavios e a vela ficou intrigada para serviriam os outros três. passada uma semana acenderam o primeiro pavio e logo de seguida acenderam outro. dois pavios acesos. aí a vela começou a suspeitar que alguma coisa importante estava a acontecer. havia uma árvore entre uma esquina dos sofás decorada com luzes brancas e pompons de muitas cores. e aos pés dessa árvore iam aparecendo cada vez mais objectos escondidos dentro de papéis coloridos. no terceiro domingo desde que ali chegara acenderam os dois pavios já estreados e mais um. o terceiro. havia uma caixa que entoava canções aconchegantes. no quarto domingo acenderam finalmente os quatro pavios e aí deixaram a vela acesa por mais tempo que o habitual. tinha a certeza que se celebrava alguma coisa pois na terça-feira seguinte ao entardecer a casa encheu-se de pessoas felizes e a vela brilhava em todo o seu esplendor. a família reuniu-se à volta da mesa de jantar e sentaram-se todos juntos. risos. histórias. anedotas. discursos. houve de tudo. a vela estava feliz pois era grande e teria certamente oportunidade de desvendar o mistério dos embrulhos à volta da árvore.