desafio caixa de lápis de cor - dia 6: laranja
a primeira coisa que me veio à cabeça é o quanto eu adoro um sumo de laranja natural, acabado de espremer. em dois mil e dezanove, quando ainda havia paz de espírito em grande parte do planeta e eu tinha perdido quarenta quilos, o meu dia começava com um sumo de laranja. depois veio a pandemia e o país entrou em estado contínuo de ansiedade e obsessão e eu ganhei cinquenta quilos num ano. mas, para mim, o laranja é a cor das gargalhadas, dos dias de sol, do tempo em que a minha avó era viva, do brincar na rua, das noites mornas, do pedir licença aos pais para sair da mesa, sempre! do vestido de sevilhana que a minha avó me fez para o carnaval. houve um ano em que as minhas irmãs se queriam vestir de sininho e de peter pan e ela fez-lhes os fatos a rigor, sem cábulas. as minhas duas avós eram mulheres excepcionais. tenho muito de ambas. parece-me que o laranja também é cor da saudade boa.
texto no âmbito do desafio caixa de lápis de cor.
Neste desafio participo eu, a Concha, a A 3ª Face, a Maria Araújo, a Peixe Frito, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D. a Célia,
a Charneca Em Flor, a Miss Lollipop, a Ana Mestre, a Fátima Bento, a Cristina Aveiro, a bii yue, o José da Xã e o João-Afonso Machado.