o mi.nis.té.rio do ro.cam.bo.les.co
estava tão perturbado que nem viu o carro que teve de travar a fundo para não o atropelar. felizmente era um taxi! que o levou até à esquadra. o inspector Owl, velho conhecido desde a infância, viu-o chegar e não foi preciso dizerem nada. entendiam-se sem palavras. rapidamente, dois carros polícia saíram a caminho de casa de Sir. silenciosos e à paisana. entretanto, o meio irmão de Beaver estava quase a convencer o porteiro, disfarçado de Lord, a investir todas as suas poupanças num terreno na Lua. o que fazia Lady Sparrow suspirar infeliz. o seu rosto iluminou-se quando a polícia chegou. tudo se processou com a maior discrição. "nem parecem irmãos!" exclamou o inspector Owl, enquanto sorria à doce Lady. quando ficaram só os residentes da casa, o porteiro disse "o seu irmão hipnotiza-nos Sir!" e contou-lhes do que o tinham salvo. acabaram a rir, libertando a ansiedade com que tinham iniciado o dia. Beaver não tinha nenhum caso entre mãos e o dia estendia-se pachorrento. resolveram fazer um piquenique na estufa onde o porteiro cuidava dos legumes e vegetais que eram sustento dos três. Sparrow fechou as portadas do gabinete com um suspiro feliz. este convívio era recorrente entre os residentes da casa. eram três solitários que tinham encontrado a solitude na companhia uns dos outros. "tem pedicure às cinco, Sir." lembrou-se Lady Sparrow. e concentraram-se no manjar. estavam a descansar na companhia de livros e jornais, quando chegou a pedicure. voltaram a abrir as portadas do gabinete, Lady Sparrow assumiu o seu papel de secretária enquanto o porteiro arrumava os restos do piquenique na estufa e preparava a biblioteca no sótão, para conviverem à noite. com os pés renovados, Sir Beaver estreou um par de meias e calçou uns sapatos de andar por casa. estava a ponderar encerrar o escritório por aquele dia quando bateram suavemente à porta. Lady Sparrow olhou para ele e Sir fez-lhe sinal para atender. logo que Lady entreabriu a porta, uma mulher entrou rapidamente no escritório. trazia uma capa e capuz que impediam de reconhecer quem era. quando Beaver se aproximou ela revelou o rosto assustado. "quem tenho o prazer de receber na minha humilde casa? Madame..?" ao que uma voz soluçada murmurou "Madame é suficiente."
texto no âmbito do desafio o Ministério do Rocambolesco
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