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© busy as a bee on a rainy day

e se, de repente, o respondemos a um how are you e só nós pescámos a piada (as abelhas não voam quando chove) e vêmos que é um título fantástico para um blogue! pois.. cá estou então!

24
Abr23

o Ministério do Rocambolesco - Capítulo II

Ana a Abelha

o Ministério do Rocambolesco

o  mi.nis..rio  do  ro.cam.bo.les.co

(capítulo I)

estava tão perturbado que nem viu o carro que teve de travar a fundo para não o atropelar. felizmente era um taxi! que o levou até à esquadra. o inspector Owl, velho conhecido desde a infância, viu-o chegar e não foi preciso dizerem nada. entendiam-se sem palavras. rapidamente, dois carros polícia saíram a caminho de casa de Sir. silenciosos e à paisana. entretanto, o meio irmão de Beaver estava quase a convencer o porteiro, disfarçado de Lord, a investir todas as suas poupanças num terreno na Lua. o que fazia Lady Sparrow suspirar infeliz. o seu rosto iluminou-se quando a polícia chegou. tudo se processou com a maior discrição. "nem parecem irmãos!" exclamou o inspector Owl, enquanto sorria à  doce Lady. quando ficaram só os residentes da casa, o porteiro disse "o seu irmão hipnotiza-nos Sir!" e contou-lhes do que o tinham salvo. acabaram a rir, libertando a ansiedade com que tinham iniciado o dia. Beaver não tinha nenhum caso entre mãos e o dia estendia-se pachorrento. resolveram fazer um piquenique na estufa onde o porteiro cuidava dos legumes e vegetais que eram sustento dos três. Sparrow fechou as portadas do gabinete com um suspiro feliz. este convívio era recorrente entre os residentes da casa. eram três solitários que tinham encontrado a solitude na companhia uns dos outros. "tem pedicure às cinco, Sir." lembrou-se Lady Sparrow. e concentraram-se no manjar. estavam a descansar na companhia de livros e jornais, quando chegou a pedicure. voltaram a abrir as portadas do gabinete, Lady Sparrow assumiu o seu papel de secretária enquanto o porteiro arrumava os restos do piquenique na estufa e preparava a biblioteca no sótão, para conviverem à noite. com os pés renovados, Sir Beaver estreou um par de meias e calçou uns sapatos de andar por casa. estava a ponderar encerrar o escritório por aquele dia quando bateram suavemente à porta. Lady Sparrow olhou para ele e Sir fez-lhe sinal para atender. logo que Lady entreabriu a porta, uma mulher entrou rapidamente no escritório. trazia uma capa e capuz que impediam de reconhecer quem era. quando Beaver se aproximou ela revelou o rosto assustado. "quem tenho o prazer de receber na minha humilde casa? Madame..?" ao que uma voz soluçada murmurou "Madame é suficiente."

(capítulo III)

 

texto no âmbito do desafio o Ministério do Rocambolesco

@haileyrectordesigns

TAMBÉM NESTA AVENTURA

João-Afonso Machado
José da Xã

 

OBSERVAÇÃO: O DESAFIO ESTÁ ABERTO A TODOS OS BLOGGERS.

10
Abr23

o Ministério do Rocambolesco - Capítulo I

Ana a Abelha

o Ministério do Rocambolesco

o  mi.nis..rio  do  ro.cam.bo.les.co

Sir Beaver calou o despertador com um suspiro infeliz. sentou-se na cama e olhou para os pés vestidos com meias esburacadas. lembrou-se, como acontecia todas as manhãs, que tinha de cortar as unhas. novo suspiro infeliz. levantou-se e foi à  cozinha preparar o café. a profissional Lady Sparrow já lhe tinha deixado à porta o cesto com o pequeno-almoço e o The Guardian. vivia no andar de cima, era a sua secretária. todas as manhãs o porteiro comprava os jornais habituais para ambos. Sir Beaver tinha o escritório no rés-do-chão, no espaço da antiga barbearia. mas só descia quando Lady Sparrow lhe batia à porta, confirmando que ia abrir as portadas do gabinete. coincidia com a altura do duche de água fria do seu patrão. Sir era um magricela, alto. a doce Lady tinha uma cintura de vespa e um sorriso que iluminava o dia. só o porteiro tinha algum excesso de peso que se acentuava por ser baixinho. Sir Beaver herdou o imóvel e renovou-o para os três terem o seu próprio pequeno apartamento, preservando todo o charme e antiguidade do edifício. desceu as escadas de chinelos, sem meias. Lady Sparrow percebeu logo o que ele lhe ia pedir mas, antes de o deixar entrar no escritório, apressou-se a dizer: respire fundo! tem visitas, Sir. ele olhou para ela e empalideceu, o que realçou as suas sardas e o cabelo ruivo. ela só o tinha avisado antes, naquelas duas décadas de convívio, quando o meio irmão de Beaver se fizera convidado. era um homem muito desagradável, um fugitivo. o detective acenou, deu meia volta e saiu da antiga barbearia. já recorrera a este subterfúgio antes e o porteiro divertira-se por demais. o patrão ajudou-o a disfarçar-se e incumbiu-o de não deixar ninguém sair do gabinete até ele voltar. disse-lhe para se descalçar, deu-lhe os chinelos e saiu a correr pelas traseiras descalço e atrapalhado pela relva húmida e pela lama típica do outono londrino. estava tão perturbado que nem viu o carro que teve de travar a fundo para não o atropelar. felizmente era um taxi! que o levou até à esquadra. o inspector Owl, velho conhecido desde a infância, viu-o chegar e não foi preciso dizerem nada. entendiam-se sem palavras. 

(capítulo II)


texto no âmbito do desafio o Ministério do Rocambolesco

@haileyrectordesigns

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João-Afonso Machado
José da Xã

 

OBSERVAÇÃO: O DESAFIO ESTÁ ABERTO A TODOS OS BLOGGERS.

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