trinta poemas em trinta dias
do alto dos seus nove anos
a rapariga disse, com desprezo:
o autocarro estava cheio
de homens e pessoas.
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do alto dos seus nove anos
a rapariga disse, com desprezo:
o autocarro estava cheio
de homens e pessoas.
no natal do ano passado o meu tio vestiu-se de pai natal e fez os HO! HO! HO! como deve ser e tudo. o meu sobrinho tem quatro anos e estava encantado. quando o meu tio voltou para a sala já sem disfarce o miúdo disse: avô! avô! o pai natal esteve aqui e tem a voz igual à tua!
decidi inventar as minhas férias, visto que sobra muito mês no fim do dinheiro.
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começo a ver um trem ao fundo da linha. constato que, com alguma pesquisa, eu e a minha mãe podíamos ir de comboio algures! após a pandemia. é uma semente que esta brincadeira de sonhar acordada plantou em mim. e a fantasia continua. quatro horas de comboio de Milão até Zurique.
dizem que o cigarro tira as mágoas do coração, faço um cigarro e fumo, as mágoas não se me vão.
solidão ai dão ai dão, cá para mim quer sim, quer não. vem a morte e leva a gente, quem não há de ter paixão.
quem não há de ter paixão, quem paixão não há de ter, vem a morte e leva a gente, hei-de amar-te até morrer.
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